martes, 30 de marzo de 2010

Memória, Verdade e Justiça


primeiro em língua brasileira

por mulheres rebeldes

O 24 de março, na Argentina, é uma data marcada em vermelho no calendário dedicada à Memória, à Verdade e à Justiça e marca o terrível e cruento golpe militar. Em 2010 se completaram 34 anos. Os golpes nos ferem a todxs. Esse dia, para combater a dor e o esquecimento, realizaram-se manifestações em todo o país, com dezenas de milhares de pessoas que denunciaram a participação das multinacionais, da Igreja, da imprensa e de muitos sindicatos. A multidão se reuniu para exigir a punição de todos os torturadores, acobertados por uma rede espalhada e atuante nas instituições argentinas.

Denunciamos que poucos dias depois, no 29 de março, foi assassinada a punhaladas Silvia Suppo, uma das principais testemunhas do atual julgamento das juntas militares. “Falou da violência sexual, do estupro como prática de tortura especialmente contra as mulheres, uma prática sistemática, um delito a parte”.

Esses 34 anos nos encontram com uma hondura muito grande em nossos peitos internacionalistas. Desde 28 de junho passado, nosso país irmão caribenho sofreu um golpe de estado. Desde então, a luta que se está levando em Honduras se transformou em uma constante. As manifestações de rua são permanentes, sabendo-se que a única luta que se perde, é a que se abandona. Isso tem incomodado muito ao Lobo, que não consegue parar de uivar. Mas, esses ruídos agudos poderiam provocar o despertar de um povo - que não é nenhum cordeirinho - contra um presidente que não foi eleito pela maioria. Recordemos que houve um pacto de lobos, sai Micheletti e entra Porfirio Lobo Sosa destruindo toda e qualquer provável suspeita de iligemitidade, enquanto que este Porfirio, é muito pouco legítimo, já que 60% da população não foi votar, ou anulou seu voto. Este governo “legitimado” a força, que já está sendo reconhecido pela maioria dos países da comunidade européia, continua assassinando e perseguindo o povo.

Nos últimos dias, como mostra um documento recebido “ESTAMOS SENDO CAÇADxS, APRISIONADxS, INTIMIDADxS, PERSEGUIDxS...” Hoje, em Honduras, há muitos lobos a solta que pretendem meter medo na população rebelde.

No Brasil é necessário abrir os olhos. Neste 1º de abril se cumprirão 46 anos do golpe de 64. Vamos nos inspirar na garra aktiva das Feministas em Resistência de Honduras, do povo argentino, de tantos grupos que estão nas ruas escrevendo nos muros, em suas páginas e blogs de Internet para ver e questionar onde estamos e onde queremos chegar.

Brasil, como diria Cazuza, mostra tua cara! Será que nós vamos continuar sendo o povo bonzinho e pacífico da América Latina, o povo que tudo perdoa, esquece e se reconcilia com o agressor tomando um chopinho no boteco da esquina?

É preciso abrir já os arquivos da ditadura, é preciso banir os torturadores que ainda estão presentes em todas as esferas da vida pública neste País. Tudo por conta da nossa falta de memória construída e aparelhada pela grande mídia. Vamos seguir o exemplo da Argentina e denunciar as multinacionais que financiaram o golpe, o país que treinou nossos algozes e torturadores, os parlamentares e governantes (vivos e mortos) que se calaram e contribuíram para as prisões e denúncias. As surpresas serão muitas para a nova geração que foi convencida de que a Ditadura no Brasil é apenas mais um episódio do passado longínquo.

Vamos pensar, questionar, fazer, porque talvez este não seja o mundo com que sonhamos habitar, menos ainda deixar para as gerações futuras.

Nomear, mencionar, recordar, gritar, abrir os arquivos é dar existência a nossxs desaparecidxs, é continuar vivxs e lutando. Por nosso passado, nosso presente e nosso futuro.

Recordar é estar em movimento.

Não nos interessam as comparações patriarcais de quem teve a maior ditadura. Rejeitamos veementemente a estupidez divulgada pela Folha de São Paulo que qualificou a ditadura brasileira de dita-branda, na comparação com os países vizinhos. Queremos lutar para que ninguém se outorgue arbitrariamente o poder, para que não haja mais desaparições forçadas de pessoas.

Fiquemos de olho no Chile, seu presidente eleito é um empresário de extrema direita e, no México, governa um presidente que fraudou as eleições.

É preciso ter muito nítido que as ditaduras que ocorreram simultaneamente nos anos 60/80 na AL foram um plano urdido a partir dos EUA, com o apoio das burguesias e latifundiários nacionais, para implantar à força o neoliberalismo nos países em que se desenhava um modelo original de crescimento, com maior justiça social.

Propomos apoiar o projeto de Marcelo Fabián Monges – divulgado pelo grande kompanheiro Osvaldo Bayer em http://www.pagina12.com.ar/diario/contratapa/13-142765-2010-03-27.html - para penalizar golpes de Estado “como delito jurídico internacional e aprovar uma convenção contra os golpes de Estado”. “Nunca mais dar refúgio a autores de assassinatos políticos, nunca mais prisões por ideologia, torturas, crimes, desaparições, tudo isso engendrado pelos golpes militares – quase sempre impulsionados pelos poderes econômicos – que conduziram à tragédia nações que conviviam em paz e democracia”.

Estamos lutando para que não aconteça mais um 11 de setembro pelas mãos dos milicos em nossas terras, cabeças e estados. Porque somos nós que queremos escolher por nosso estado de consciência.

Propomos que o Brasil, e todos os países de AMLAC, façam a data vermelha no dia do golpe, e que essa também seja da Memória, Verdade e Justiça.

Por isso, como cantava, la Negra Sosa (á luta), fogata de amor y guía, razón de vivir mi vida.

ahora en lengua argentina

Memoria, Verdad y Justicia

por mulheres rebeldes

El 24 de marzo, en Argentina, es una fecha marcada a rojo vivo en el calendario para la Memoria, la Verdad y la Justicia. En 2010 se cumplieron 34 años del golpe militar. Los golpes nos duelen a todxs. Ese día, para combatir el dolor y el olvido, hubo manifestaciones en todo el país, con decenas de miles de personas que denunciaron la participación de las multinacionales, la Iglesia, la prensa y muchos sindicatos. Se exige la punición de todos los torturadores, encubiertos por una red difundida por todas las instituciones argentinas.

Denunciamos que pocos días después, el 29 de marzo fue asesinada a puñaladas Silvia Suppo, una de las principales testigas del juicio actual a las juntas. “Habló de la violencia sexual, de la violación como práctica de tortura especial contra las mujeres, una práctica sistemática, un delito aparte”.

Estos 34 años nos encuentran con una hondura muy grande en nuestros pechos internacionalistas. Desde el pasado 28 de junio, nuestro país hermano caribeño sufrió un golpe de estado. Desde entonces, la lucha se ha transformado en una constante que se está llevando en Honduras. Son permanentes las manifestaciones en las calles, sabiendo que la única lucha que se pierde, es la que se abandona. Esto lo tiene muy incómodo al Lobo, al punto de no parar de aullar. Pero estos ruidos agudos podrían llegar a despertar a un pueblo – que no es ningún cordero - con un presidente no elegido por la mayoría. Recordemos que hubo un pacto de lobos, sale Micheletti y entra Porfirio Lobo Sosa borrando toda y cualquier probable sospecha de ilegitimidad, mientras que el muy Porfirio, es muy poco legítimo, ya que el 60% de la población, no fue a votar, o anuló su voto. Este gobierno “legitimo”, aceptado por la mayoría de los países de la comunidad europea, continúa asesinando y persiguiendo al pueblo.

En los últimos días, como dice un documento recibido “ESTAMOS SIENDO CAZADxS, APRESADxS, INTIMIDADxS, PERSEGUIDxS...” Hoy, en Honduras, hay muchos lobos sueltos que pretender meter miedo a la población rebelde.

En Brasil es necesario que abramos los ojos.

Este 1º de abril, se cumplirán 46 años del golpe de estado del 64. Aprovechemos la garra aktiva de las Feministas en Resistencia en Honduras, del pueblo argentino, de tantos grupos que están en las calles escribiendo los muros, en sus páginas y blogs de Internet para ver y cuestionar dónde estamos, y dónde queremos estar.

Brasil, como diría Cazuza, ¡mostra tua cara! ¿Será que nosotrxs vamos a continuar siendo el pueblo buenito y pacífico de América Latina, el que siempre todo lo perdona, olvida y se reconcilia con el agresor tomando una birrita en el bar de la esquina?

Es necesario abrir YA los archivos de la dictadura, es preciso sacar de la vida activa a los torturadores que todavía están presentes en todas las esferas de la vida pública en este País. Todo por nuestra falta de memoria construida y direccionada por la prensa hegemónica. Sigamos el ejemplo de la Argentina, denunciemos las multinacionales que financiaron el golpe, el país que entrenó a los torturadores, a lxs parlamentares y gobernantes (vivxs y muertxs) que se callaron y fueron cómplices de las prisiones y denuncias. Las sorpresas serán muchas para las nuevas generaciones que fueron convencidas de que la Dictadura en Brasil es apenas un episodio del pasado lejano.

Pensemos, cuestionemos, hagamos, porque tal vez, este no sea el mundo con el que soñamos habitar, menos aun, dejar a futuras generaciones.

Nombrar, mencionar, recordar, gritar, abrir los archivos es dar existencia a nuestrxs desaparecidxs, es continuar vivxs y luchando. Por nuestro pasado, nuestro presente y nuestro futuro.

Recordar, es estar en movimiento.

No nos interesan las comparaciones patriarcales de quién tuvo la dictadura más grande, rechazamos con vehemencia el comentario hecho por el diario Folha de São Paulo, cuando escribió que Brasil había tenido una dicta-blanda, en comparación a los países vecinos.

Queremos luchar para que nadie se otorgue arbitrariamente el poder, que no haya más desapariciones forzadas de personas.

Estemos atentxs con Chile, su presidente electo es un empresario de extrema derecha, y en México, gobierna un presidente fraudulento.

Se hace necesario tener bien nítido que las dictaduras que acontecieron simultáneamente en los años 60/80 en AMLAC fueron un plan urdido a partir de los EUA, con el apoyo de las burguesías y latifundistas nacionales, para implantar a la fuerza el neoliberalismo en los países en que se diseñaba un modelo original de crecimiento, con mayor justicia social.

Proponemos apoyar el proyecto de Marcelo Fabián Monges - difundido por el gran compañero Osvaldo Bayer en http://www.pagina12.com.ar/diario/contratapa/13-142765-2010-03-27.html - para penalizar el golpe de Estado “como delito jurídico internacional y de una convención contra los golpes de Estado”. “Nunca más dar refugio a los autores de asesinatos políticos, prisiones por ideología, torturas, crímenes, desapariciones, todo eso engendrado en los golpes militares –casi siempre impulsados por los poderes económicos – que han llevado la tragedia a naciones que convivían en paz y democracia”.

Estamos luchando para que no haya nunca más un 11 de septiembre de las manos de los milicos en nuestras tierras, cabezas y estados.

Porque somos nosotrxs que queremos elegir y optar por nuestro estado de conciencia.

Proponemos que Brasil, y todos los países de AMLAC, realicen su fecha al rojo vivo, en el día que se conmemora el golpe de estado, y que esa también sea la fecha de la Memoria, la Verdad y la Justicia.

Por eso, como (le) cantaba la Negra Sosa (a la lucha), fogata de amor y guía, razón de vivir mi vida.

No hay comentarios: