miércoles, 16 de junio de 2010

Feminismo


Resumo dos caps. 2 e 3, Feminismo para principiantes, Varela, Nuria.

Ediciones B, 2005, Barcelona, Espanha.

A autora propõe um resumo histórico do feminismo enquanto movimento social, vinculando cada momento aos fatos históricos em que foram gerados e/ou influenciados pela ação das mulheres organizadas. Nesse histórico, procura dar visibilidade às mulheres intelectuais, lutadoras e artistas que são deixadas de lado, ou cujo papel está subestimado, pela história contada pelos homens. Ela mostra quantas vezes as mulheres se organizaram e lutaram lado a lado, muitas vezes na vanguarda, com os homens; e nos momentos de comemorar os avanços são levadas de volta para os espaços domésticos, pelas leis e pela força. E isso tudo por quê?

“O feminismo questiona a ordem estabelecida. E a ordem estabelecida está muito bem estabelecida para aquelas pessoas que a estabeleceram, isto é, para quem se beneficia com ela.” (p.13)

“O feminismo foi muito impertinente quando nasceu. (...) Sec. XVIII revolucionários e iluministas franceses (e francesas) defendiam: liberdade, igualdade, fraternidade. (...) Porém, elas, as que defenderam que esses direitos incluíam a todos os seres humanos (e humanas) terminaram na guilhotina enquanto que eles seguiram pensando que a nova ordem significava que todas as liberdades incluíam apenas os homens.” (p. 14)

“O feminismo é um discurso político que se baseia na justiça. É uma teoria e prática política articulada por mulheres que, ao analisar a realidade em que vivem, tomam consciência das discriminações que sofrem pela única razão de ser mulheres e decidem organizar-se para acabar com isso, para mudar a sociedade. O feminismo se articula como filosofia política e, ao mesmo tempo, como movimento social”.

“O feminismo é como um motor que vai transformando as relações entre os homens e as mulheres e seu impacto se faz sentir em todas as áreas do conhecimento. O feminismo é capaz de perceber as “trampas” dos discursos que propositalmente confundem o masculino com o universal, como explica Mary Nash. Essa é a revolução feminista. Não é uma teoria a mais. O feminismo é uma consciência crítica que ressalta as tensões e contradições que encerram esses discursos.” (p. 20).

Cap. 2- I onda : começa a polêmica

A autora considera que o feminismo começou junto com o Iluminismo (sec. XVIII) que fundamentou a Revolução Francesa (1789). Antes das inúmeras ativistas e autoras invisibilizadas e reprimidas durante a Rev. Francesa, a principal precedente conhecido é o caso da escritora Christine de Pizan, que em 1405 escreve a Cidade das damas. Louise de Kéralio- resgata a obra da C. Pizan, atribuída a Bocaccio (1786).(p.24/25). Muitas outras autoras do sec. XVIII são citadas enfatizando o papel da educação como forma de combater a desigualdade sexual, entre outras.

Os Cadernos de Queixas

O Iluminismo começa como uma crítica ao absolutismo, sendo que em 1776, Thomas Jefferson, industrial estadunidense escreve a primeira formulação dos Direitos do Homem, contida na Declaração da Independência dos EUA. 28.08.1789- declaração dos Direitos do Homem (não é uso sexista da linguagem, refere-se exclusivamente ao homem, p. 28):

Contra opressão, igualdade jurídica e liberdade individual garantida.

Rousseau- um dos mais radicais dos revolucionários, defende a sujeição das mulheres. Nesse contexto: surgem Olympes de Gouges e Mary Wollstonecraft. Mulheres tem participação ativa nas discussões nos salões literários e políticos de Londres, Paris e Berlim e é criada a Confederação das Amigas da Verdade.

“As mulheres da Rev. Francesa observam com perplexidade como o novo Estado revolucionário não encontrava contradição alguma em apregoar aos quatro ventos a igualdade universal e deixar sem direitos civis e políticos a todas as mulheres” (COBO, Rosa)

O feminismo já nasceu sendo teoria e prática.

Mary Wollstonecraft, Vindicação dos direitos da mulher (1792), e Olympes de Gouges, Declaração dos direitos das mulher e da Cidadã”(1791), muitas outras mulheres fizeram esses questionamentos e criaram obras que falavam a partir do ponto de vista das mulheres.

p. 31. O que queriam as mulheres do sec. XVIII: fundamentalmente direito à educação e respeito aos filhos e direito ao voto. Também estava contido nos “Cadernos de Queixas e Reclamações”, da anônima Mme. B.B., do país de Caux, que foram redigidos durante a Rev. Francesa mas não são levados em conta pela Constituição Revolucionária: as mulheres desejavam que a prostituição fosse abolida assim como os maus-tratos e os abusos dentro do matrimônio. Tb formulavam a necessidade de uma maior proteção dos interesses pessoais e econômicos das mulheres no matrimônio e na família e faziam colocações políticas nítidas.

Olympes de Gouges: denunciava que a Revolução havia negado os direitos políticos às mulheres, os revolucionários não digeriam mulheres livres e iguais. Se referia ao matrimônio com a tumba do amor e da confiança. Defensora do divórcio e da união livre.

Marcha das mulheres em outubro de 1789- com uma caminhada até Versalhes com 6 mil parisienses e conseguiram a transferência do rei e da rainha para Paris (34).

Apesar dessa atuação a Constituição de 1791 afirmava a distinção entre duas categorias: ativos (homens, maiores de 25 anos, maiores e com propriedades); passivos (homens sem propriedades e todas as mulheres, sem exceção).

Única exceção: Condorcet, p. 34.

Sufragismo

Sojourner Truth- escrava liberada: discurso (p.57)

1869- La sujeción de La Mujer (J. Stuart Mill, companheiro de Elizabeth Cady Stanton, líder sufragista estadunidense).

1832- E. Cady Stanton junto com Stuart Mill,escreve Ensaios sobre matrimônio.

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Flora Tristan- repórter da miséria: transição do feminismo “iluminista” ao feminismo de classe. “A união operária” (1843)

Marx e Engels- o Manifesto-1873

Auguste Bebel- procura desenvolver teses marxistas sobre a questão da mulher.

Clara Zetkin (1845/1933)- revista “feminina”- Igualdade- e organizou uma Conferencia Internacional de Mulheres (1907). Se manteve com esse nome até 1978 quando assume o nome de Internacional Socialista. Debates com Lenin. Mas ela era economicista.

Alexandra Kolontai (p. 76), morreu em 1952

Emma Goldmann: mulheres livres (1878). Morreu em 1940. É uma das anarquistas mais brilhantes e fundamental nas obras de liberação das mulheres e sobre o amor livre

(episódios sobre ensinamentos de uso de anticoncepcionais, p. 80).

Lucretia Mott e Elizabeth C. Stanton:

1848- ano revolucionário- manifesto Declaração de Sentimentos ou Declaração de Seneca Falls (sufragismo)

p. 49- traição do movimento escravagista

Susan Anthony, 1868, Wyoming, declara direito ao voto (21 anos depois de Seneca Falls).

Lady Pankhurst- 1917 na Inglaterra, p. 54

Mary Wool e Isabel Burdiel

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