domingo, 21 de diciembre de 2008

natal e 2009

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lunes, 8 de diciembre de 2008

reunião dia 10 de dezembro

Olá meninas, amigas, companheiras, camaradas, como tem passado?
Nós estamos muito satisfeitas porque vamos avançando com o nosso projeto e este sábado já inauguramos o primeiro sábado de cinema com um filme que cai como uma luva nas nossas discussões: desejo proibido. Para aquelas que gostariam de ter participado e, pela razão que for, não conseguiram vir, calma aí porque é um ciclo que vamos levar adiante em 2009. É só o começo.

Para esta semana temos um texto muito interessante, um prato bem picante como a comida mexicana. Abrimos este ciclo de reuniões debatendo e pensando sobre o feminismo a partir da visão que a Jurema Werneck nos trazia, lembram?
http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2008/10/de-ialods-e-feministas.html

Ela nos fazia pensar sobre a noção de anterioridade, falava a partir de uma perspectiva não hegemônica, diferente daquela a que estamos acostumadas. Agora propomos um texto da Norma Mogrovejo: O feminismo na era da hegemonia neoliberal.
http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2008/12/o-feminismo-na-era-da-hegemonia.html Aqui veremos como os feminismos são muitos e o que significa cada uma de suas correntes.
Aparece ai que é a ultima reunião de 2008!!!

Nos encontramos na quarta-feira 12 de dezembro 18,30 horas na
Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

Fones : 51 – 3333 3538 / 9239 1891 / 9253 4300
mulheres_rebeldes@hotmail.com

O FEMINISMO NA ERA DA HEGEMONIA NEOLIBERAL

el koño de Norminha atenta kontra el sistema

Norma Mogrovejo Aquise
primeiramente em tradução ao brasileiro feita pela Clarisse Castilhos

Ainda que o feminismo tenha sua origens na Europa da Revolução Francesa (Gargallo; 2006), chegou a América Latina no final do século XIX com as sufragistas que lutavam pelo direito ao voto (Lau; 2006). Entretanto, a maior expressão desse movimento social conhecido como “a nova onda do feminismo” ou “neofeminismo” se inicia no começo dos anos setenta. Este foi considerado um fenômeno revolucionário. Ao “politizar” o privado as feministas geraram novas categorias de análise, novas visibilidades e inclusive novas linguagens para nomear o até então sem nome: violência doméstica, assédio sexual, violação no matrimônio, feminização da pobreza, etc., como alguns dos novos significados que foram colocados no centro dos debates políticos (Vargas; 2006). O sujeito mulher era rearticulado a partir de pequenos grupos onde as mulheres estrearam no diálogo entre si como uma forma de apropriar-se da linguagem, de seus corpos e do espaço da política. Entretanto, a construção de um pensamento feminista latino-americano não esteve alheio às influencias de outras regiões, nem aos momentos histórico–políticos. A chegada da globalização e do neoliberalismo obrigou a mudar as dinâmicas de ação e as perspectivas de análise, por isso não se deve falar de um único feminismo mas de correntes que se posicionaram justamente frente ao fenômeno da globalização.

A igualdade
O primeiro ideal ético concebido pelas feministas da nova onda foi o da igualdade. Inspiradas na reflexão feminista das sufragistas e feministas existencialistas, passam a buscar um lugar na história integrando-se à lógica e aos valores da racionalidade dominante da “nação-estado”. O Estado lhes havia negado a qualidade de cidadãs e deviam reclamar sua qualidade de pessoas com direitos iguais. O feminismo da igualdade, influenciado pelo feminismo radical norte-americano colocou, além das reformas pela inclusão das mulheres no mercado de trabalho e no espaço público, transformações no espaço privado, questionando as relações de poder que se davam dentro da família e da sexualidade. Assim, o feminismo deveria mudar o dia a dia na rua e nos quartos. A palavra de ordem “o pessoal é político” teve repercussões em uma América Latina ainda marcada pelas ditaduras e por uma repressão política generalizada. “Democracia na casa e no país”; expressava reivindicação por mudanças nos âmbitos privados e públicos. Assim, levaram a cabo ações para transformar a realidade: protestos públicos contra os concursos de beleza, contra a violência, a favor do aborto; criação de grupos de autoconsciência e de centros alternativos de auto-ajuda, etc.
O feminismo radical abriu as portas a uma crítica da cultura patriarcal, à revalorização de uma cultura própria das mulheres e à geração de um feminismo da diferença ou feminismo cultural.

A diferença e a autonomia
** Foi assim que nos chegou o Feminismo da Diferença, baseando-se fundamentalmente no resgate dos chamados “valores femininos”, colocando a busca de uma identidade própria da mulher que marcaria sua diferença com respeito ao homem em um questionamento ao modelo androcêntrico onde o macho é a medida do humano, que inclusive se apropria do neutro. Esta corrente centra sua análise precisamente na diferença sexual. (Varela, 2005:120).
A teoria da diferença sexual coloca que o sistema de gêneros como relação hierárquica amarra as mulheres aos homens, impedindo que seu desejo de saber e de se tornar sujeitos corporizados, expresse sua diferença com o pensamento masculino dominante. Na história, o uso pejorativo de todo o feminino e feminizado é estruturalmente necessário para o funcionamento do sistema patriarcal e que, portanto, reivindicar o valor fundamental da diferença feminina é a forma mais profunda de lograr a desconstrução da ordem que se erege a si mesma como modelo único a seguir. Esta corrente é crítica às reivindicações da igualdade já que considera que não propuseram novos valores.
Esta corrente teve sua maior expressão em 1993 quando um grupo de feministas (autodenominadas Las Cómplices) mexicanas e chilenas, colocou a diferença com um feminismo que, consideravam, estava se transformando em um movimento continental de organismos não governamentais para a reivindicação de leis, para alcançar a igualdade, sem questionar a política econômica mundial posterior à queda do muro de Berlim em 1989, nem a procedência dos fundos que utilizam as ONG. O repúdio aos cânones patriarcais não devia servir para dialogar com o mundo dos homens nem para reclamar por algo, mas para refletir sobre a ação feminista, para reconhecer a diferença entre mulheres com o direito à diferença e que não impõe a desigualdade. No marco da preparação da Conferência de Beijing (1995), organizada pela ONU, o Manifesto das Cómplices foi uma declaração de afastamento, uma primeira posição contra o que cinco anos depois viria a chamar-se globalização (Gargallo; 2006).
A denominada corrente institucional que derivou da corrente da igualdade se fortaleceu com a geração de ONGs de mulheres com financiamento da Cooperação Internacional para apoiar ações positivas e de resistência a favor das mulheres. Se bem que num primeiro momento esta experiência contribuiu muito para o fortalecimento do movimento feminista latino-americano, a tendência à institucionalização fazia priorizar resultados que as agências financeiras exigiam, assim estas Organizações foram cada vez mais, se orientando mais pela lógica do trabalho assalariado do que sobre a reflexão do sujeito mulher latino-americana (Fischer, 2005:54).

Este feminismo institucional tem sua raízes no impulso do Informe Mundial sobre Estatuto da Mulher que mudou a idéia de que a situação das mulheres fosse de competência exclusiva dos governos nacionais e da Comissão do Estatuto das Mulheres das Nações Unidas em 1946, esta corrente formou lobbys, grupos de pressão e negociações até a criação de ministérios ou de institutos inter-ministeriais da mulher, sua aposta é situar-se dentro do sistema e ainda que para muitas não é feminismo, esta corrente conseguiu mudanças concretas para as mulheres através de convênios internacionais que os países firmaram com as Nações Unidas (Varela, 2005:123). É assim que, produto da Conferencia de Beijin, saiu o compromisso dos Estados de incorporar a agenda de gênero ao sistema político e em conseqüência, a criação de institutos ou ministérios da mulher manejados por atores agora governamentais, não necessariamente feministas, dando lugar à tecnocracia de gênero e a uma classe política denominada “as expertas”, as que falam e negociam em nome das mulheres. No entanto, a aplicação das políticas de gênero tampouco responde às boas intenções das “expertas” mas a condicionantes legais, administrativos, filiações partidárias e ideologias que podem ser absolutamente contrárias aos princípios que originaram esses mesmo espaço. É caso de governos conservadores como o mexicano, que embora com a obrigatoriedade de institucionalizar a perspectiva de gênero tiveram que modernizar seu discurso sobre o papel da mulher, embora a base feminina do PAN se desliga do feminismo e defende princípios doutrinários como o direito à vida desde a concepção do ser humano até a morte, e coloca sérias resistências ao reconhecimento dos direitos das dissidências sexuais. Nesses casos, a infra-estrutura para institucionalizar a perspectiva de gênero serve para difundir valores morais e religiosos como a defesa da família, a vida e, por que não, do mercado. Ou, no caso de governos de esquerda, a perspectiva de gênero entra em contradição com a promoção dos direitos das mulheres e a negação em reconhecer os mínimos direitos trabalhistas de suas trabalhadoras e mantendo uma relação patronal de acordo com a lógica do mercado neoliberal. Ou o da candidata feminista que por manter o pressuposto que outorga a legalidade eleitoral, reconhece como legítimo ao candidato que chegou ao poder baixo diversas formas comprovadas de fraude eleitoral. Situações onde gênero e Estado pareciam não ser compatíveis.
Gargallo afirma que com alguns governos conservadores apareceram “feministas de direita” que reivindicam o direito das mulheres a não sofrer violência doméstica e ocupar postos políticos importantes mas, ao mesmo tempo, combatem com juízos morais e religiosos o direito ao aborto, o reconhecimento das dissidências sexuais e a anticoncepção. Se opõem às críticas à família nuclear e declaram morto o feminismo como teoría das mujeres, mas não criticam que seus governos ataques violentamente às mulheres que reivindicam posições políticas contrárias, não castigando o uso da violência sexual exercido pelo aparelho repressivo oficial (policia ou exército) ou paramilitares. Ao mesmo tempo, nunca exigem o fim da impunidade com a violência como os femicídios. Com estas representantes da direita, as especialistas de gênero estão obrigadas a compactuar nos espaços públicos fazendo do feminismo uma prática funcional para o sistema capitalista, neoliberal e repressor.

A crítica das autônomas contra a corrente institucional, ou o também denominado feminismo hegemônico, se centra principalmente na instalação de um neocolonialismo devido ao fato que, primeiro as ONGs, e agora as instâncias governamentais se encontram condicionadas pelos interesses das agências financiadoras e pelos países que representam, desta maneira, a mobilização de centenas de mulheres que emergiram nos anos 80, foram substituídas pelas negociações e lobbys destas instituições que falam em nome do conjunto de mulheres. Por exemplo, a agenda dos direitos sexuais e reprodutivos foi uma demanda imposta pelas agencias internacionais como parte dos intereses dos Estados e a resposta ao novo contexto econômico na perversa relação população-economia e desenvolvimento. (Espinosa, 2007).

O feminismo pos-estrutural em tempos de globalização
O impacto das lógicas neoliberais nos anos 90 não só no plano econômico, mas também no social e cultural, acentuou a tendência a privatização inclusive das condutas sociais e a uma crescente fragmentação e individualização das ações coletivas como movimento, ao gerar-se uma “cultura do eu, temerosa de envolver-se em compromissos coletivos” (Lechner; 1996). Esta mudança de época trouxe também mudanças nos discursos, nas análises e nos olhares. Se o marco interpretativo para o feminismo e outros atores sociais era o Estado-nação, agora debilitado pelas transformações da globalização, as escalas da ação social se transportam do local ao global e reaparecem e reaparecem não tão novos paradigmas, assim, assumem centralidade demandas como as dos direitos humanos, direitos sexuais e reprodutivos e diversidade sexual.
Frente a esse novo panorama vale a pena fazer algumas perguntas. Por que as demandas estão agora centralizadas unicamente no âmbito dos direitos? O que aconteceu com a construção do sujeito mulher e suas demandas específicas? O que aconteceu com os questionamentos feitos às relações de poder classistas, racistas, geracionais, androcêntricas e heterocêntricas? É verdade que perde sentido a interpelação ao Estado ante a arremetida do neoliberalismo mesmo quando é o próprio Estado quem abre as portas às transnacionais?
Não é casual que a descentralização do sujeito mulher pela tecnocracia de gênero é reforçada por uma nova corrente feminista que vêm tanto da Europa como dos Estados Unidos, denominada feminismo pos - estrutural, que coloca uma crítica à teoria da diferença sexual. Questionam o determinismo biológica da conformação da identidade e afirmam que a corrente da diferença é incapaz de pensar nosso futuro a longo prazo.
O feminismo pos-estruturalista, refuta por completo a possibilidade de definir a mulher como tal e trata de desconstruir todos os possíveis conceitos de mulher. O conceito “mulher” a partir do pos-estruturalismo, denominado também nominalista, sustenta que isso é uma ficção e que o feminismo deve orientar seus esforços para desmantelá-lo. Não obstante, a adesão ao nominalismo coloca sérias dificuldades para o feminismo. Qual seria o fundamento de uma política feminista que desconstrói o sujeito feminino? O nominalismo ameaça com aniquilar o próprio feminismo (Alcoff, s/f :16).

Admitindo-se que o gênero é simplesmente uma construção social, a necessidade e inclusive a possibilidade de uma política feminista ficam subentendidas. Que podemos solicitar em nome das mulheres se “as mulheres” não existem e tudo o que se pede em seu nome unicamente consolida o mito que sim? Como podemos nos atrever a censurar o sexismo e a proclamar que prejudica os interesses das mulheres, se essa categoria é uma ficção?
Segundo o pós-estruturalismo, a raça, a classe e o gênero são construções e, portanto, não podem ratificar nenhuma concepção sobre a justiça e a verdade, uma vez que não existe uma substância essencial subjacente que liberar, realçar ou sobre o que construir.
Assim chegamos à desestruturação das identidades. Mais que busca de uma identidade coletiva, trata-se da ruptura de identidades fixas, a desconstrução dos gêneros estabelecidos e dos sexos designados. As identidades são mutáveis, dependem de momentos estratégicos, políticos e inclusive lúdicos e este nomadismo é o que coloca em destaque a futilidade de buscar uma estabilidade definitiva quanto ao corpo, o gênero ou a sexualidade, o que pode dissolver os dispositivos de nomalização (Sáens, 2004).
Sob esses conceitos, a reivindicação das identidades diferenciadas como a de homem, mulher, lésbica, homossexual, bissexual, heterossexual perdem sentido. Yuderskys Espinosa coloca que, na política feminista da re-subjetivação, a partir dos anos 90, se estabelece uma corrida pela legitimação e a luta por conquistar espaços de poder institucional, com a instalação definitiva do feminismo de Estado e das agendas internacionais em quase todos os países, já não houve espaço no interior do feminismo, para pensar a sexualidade fora dos direitos como produção de sujeito. Foi assim como, de questionar a heterossexualidade obrigatória como instituição patriarcal que oprime a todas as mulheres, se passou para uma política de respeito à diversidade sexual, e/ou de direitos sexuais e reprodutivos, centralizada na prevenção da AIDS e na legalização de casais homossexuais, entre outros temas de inclusão. (Espinosa, 2007).
Coincidindo com a premissa de que o gênero é uma construção social, não essencial, o conceito “mulher” não se pode definir pelos atributos, nem biológicos nem sociais, mas por sua posição numa trama de relações onde o biológico, o social, o econômico, o cultural tomam lugar nessa mudança e necessita uma mudança radical. Assim, de Lauretis afirma que a identidade de uma mulher é produto de sua própria interpretação e da reconstrução que faça de sua história, permeada pelo contexto cultural discursivo ao qual tem acesso (De Lauretis, 1992).
Por isso é importante refletir sobre o por que da perda do discurso feminista e a da centralidade do conceito mulher ante um poder hegemônico que aprendeu a destruir problemáticas e impor paradigmas. A rebeldia das mulheres a partir de uma posição autônoma resultava demasiado incômoda para o sistema de poder porque questionavam sua lógica.

É verdade que desde a institucionalização se conseguiu melhorias na condição das mulheres, porém a inserção destas às lógicas do poder impediram o seu questionamento e obrigou as mulheres à cumplicidade de reforçaras dinâmicas do mercado neoliberal às custas de diluir o sentido mesmo do feminismo, assim, da busca da liberdade devemos conformar-nos com os direitos. Daí que Francesca Gargallo nos advirta sobre o surgimento de um feminismo de direta que, longe de potencializar a rebeldia das mulheres, os pactos institucionais serviram para desmobilizar, confundir, alimentar os sentimentos de frustração e sobretudo, alimentar a um sistema de poder regido pela lógica do mercado.

Para Margarita Pisano, um dos principias desafios segue sendo a reconstrução do espaço simbólico da masculinidade que contém em si o espaço da feminidade. Em alguns momentos as mulheres se instalam nos lugares de poder da masculinidade como a política mas sempre a serviço dos interesses da masculinidade, esses “grandes avanços” são formas de re-acomodação das estruturas masculinas, negociar em condições de desigualdade é uma transação na qual uma se submete às condições do jogo daquele que detém o poder, já que participam da negociação apenas aqueles que se reconhecem com equivalência de poderes e necessidades.

Que fazer em face desse panorama? Considero indispensável recuperar e reconhecer nossa história de resistência para reencontrar uma posição nessa trama de relações de poder e re-significar o conceito de mulher nessa história de rebeldia ante um poder hegemônico. Ainda que muitas feministas considerem que no domínio do político, a diferença sexual não deve ser uma distinção pertinente, é importante evitar a tese do humano genérico universal e neutro que nos cobre os olhos frente ao racismo, ao androcentrismo, a heterossexualidade obrigatória e agora aos interesses do mercado.
EL FEMINISMO EN LA ERA DEL NEOLIBERALISMO HEGEMONICO

Norma Mogrovejo Aquise
ahora en lengua mexicana

Si bien el feminismo tiene sus orígenes en la Europa de la Revolución Francesa (Gargallo; 2006), llegó a América Latina a finales del siglo XIX con las sufragistas quienes luchaban por alcanzar el derecho al voto (Lau; 2006). Sin embargo la mayor expresión de este movimiento social conocido como “la nueva ola del feminismo” o el “neofeminismo” se inicia a principio de los setentas. Éste, fue considerado un fenómeno revolucionario, al “politizar” lo privado, las feministas generaron nuevas categorías de análisis, nuevas visibilidades e incluso nuevos lenguajes para nombrar lo hasta entonces sin nombre: violencia doméstica, asedio sexual, violación en el matrimonio, feminización de la pobreza, etc., como algunos de los nuevos significantes que colocó en el centro de los debates políticos (Vargas; 2006). El sujeto mujer era rearticulado desde pequeños grupos donde las mujeres estrenaron el diálogo entre si como una forma de apropiarse del lenguaje, de sus cuerpos y del espacio de la política. Sin embargo, la construcción de un pensamiento feminista latinoamericano no ha estado ajeno a influencias de otras regiones y a momentos histórico–políticos, así, la llegada de la globalización y el neoliberalismo obligó a cambiar las dinámicas de acción y las perspectivas de análisis, de ahí que se deba hablar no de un único feminismo sino de corrientes que han tomado posición justamente frente al fenómeno de la globalización.

La igualdad
El primer ideal ético concebido por las feministas de la nueva ola fue el de la igualdad, inspiradas en la reflexión feminista de las sufragistas y feministas existenciales, buscaron ganarse un lugar en la historia, integrándose a la lógica y los valores de la racionalidad dominante “nación-estado”. El Estado les había negado la calidad de ciudadanas y debían reclamarle a él su calidad de personas con iguales derechos. El feminismo de la igualdad influenciado por el feminismo radical norteamericano planteó además de las reformas por la inclusión de las mujeres al mercado laboral y el espacio público, transformaciones en el espacio privado y cuestionamientos de las relaciones de poder que se daban en la familia y la sexualidad. Así, el feminismo debía cambiar el día a día en la calle y los dormitorios. La demanda “lo personal es político” tuvo repercusiones en una Latinoamérica marcada todavía con las dictaduras y una represión política generalizada, “democracia en la casa y el país”; expresaba el reclamo por un cambio tanto en los ámbitos privados como públicos. Así, llevaron a cabo acciones para transformar la realidad: protestas públicas contra los concursos de belleza; contra la violencia; en favor del aborto, generación de grupos de autoconciencia y centros alternativos de autoayuda, etc,.
El feminismo radical abrió las puertas a una crítica de la cultura patriarcal, la revalorización de una cultura propia de las mujeres y la generación de un feminismo de la diferencia o feminismo cultural.

La diferencia y la autonomía
Es así que nos llegó el Feminismo de la Diferencia, basándose fundamentalmente en el rescate de los llamados “valores femeninos”, planteó la búsqueda de una “identidad” propia de la mujer que marcaría su diferencia con respecto al hombre en un cuestionamiento al modelo androcéntrico donde el varón es la medida de lo humano, que incluso se apropia de lo neutro. Esta corriente centra su análisis precisamente en la diferencia sexual. (Varela, 2005:120).
La teoría de la diferencia sexual plantea que el sistema de géneros como relación jerárquica, ata a las mujeres a los hombres, impidiendo que su deseo de saber y de devenir sujetos corporizados, exprese su diferencia con el pensamiento masculino dominante. En la historia, el uso peyorativo de todo lo femenino y feminizado es estructuralmente necesario para el funcionamiento del sistema patriarcal y que, por lo tanto, reivindicar el valor fundamental de la diferencia femenina es la forma más profunda de lograr la deconstrucción del orden que se erige a sí mismo como modelo único a seguir.
[1] Esta corriente es crítica a las reivindicaciones de la igualdad ya que considera que no han propuesto nuevos valores.
Esta corriente tuvo su mayor expresión en 1993 cuando un grupo de feministas (autodenominadas Las Cómplices) mexicanas y chilenas, planteó la diferencia con un feminismo que, consideraban, se estaba transformando en un movimiento continental de organismos no gubernamentales para la demanda de leyes, para alcanzar la igualdad, sin cuestionar la política económica mundial posterior a la caída del muro de Berlín en 1989, ni la procedencia de los fondos que utilizan las ONG. El repudio a los cánones patriarcales no debía servir para dialogar con el mundo de los hombres ni para reclamarles algo, sino para reflexionar sobre la acción feminista, reconocer la diferencia entre mujeres como el derecho a la diferencia y que no impone la desigualdad. En el marco de la preparación de la Conferencia de Beijing (1995), organizada por la ONU, el Manifiesto de las Cómplices era una declaración de deslindamiento, una primera posición contra lo que cinco años después vendría a llamarse globalización (Gargallo; 2006).
La denominada corriente institucional que derivó de la corriente de la igualdad se fortaleció con la generación de Organismos No Gubernamentales de mujeres con financiamiento de la Cooperación Internacional para apoyar acciones positivas y de resistencia a favor de las mujeres. Si bien esta experiencia aportó mucho al fortalecimiento del movimiento feminista latinoamericano en un primer momento, la tendencia a la institucionalización hacía priorizar resultados que las agencias financieras exigían, así estas ONGs fueron cada vez, rigiéndose bajo la lógica laboral asalariada más que sobre la reflexión del sujeto mujer latinoamericano (Fischer, 2005:54).
Este feminismo institucional tiene sus raíces en el impulso del Informe Mundial sobre el Estatus de la Mujer que cambió la idea de que la situación de las mujeres fuese competencia exclusiva de los gobiernos nacionales y la creación de la Comisión sobre el Estatus de las Mujeres de las Naciones Unidas en 1946, esta corriente ha conformado lobbys, grupos de presión y negociaciones hacia la creación de ministerios o institutos interministeriales de la mujer, su apuesta es situarse dentro del sistema y aunque para muchas no es feminismo, esta corriente ha logrado cambios concretos para las mujeres a través de los convenios internacionales que los países han firmado con Naciones Unidas (Varela, 2005:123). Es así que producto de la Conferencia de Beijin, hubo el compromiso de los Estados de incorporar la agenda de género al sistema político y en consecuencia, la creación de institutos o ministerios de la mujer manejados por actores ahora gubernamentales no necesariamente feministas, dando lugar a la tecnocracia de género y una clase política denominada “las expertas”, las que hablan y negocian a nombre de las mujeres. Sin embargo, la aplicación de las políticas de género tampoco responde a las buenas intenciones de las expertas sino a condicionantes legales, administrativas, adscripciones partidarias e ideologías que pueden ser absolutamente contrarias a los principios que originaron dichos espacios. Es el caso de gobiernos conservadores como el mexicano, que si bien con la obligatoriedad de institucionalizar la perspectiva de género tuvieron que modernizar su discurso sobre el papel de la mujer, sin embargo la base femenina del PAN se deslinda del feminismo y defiende por principios doctrinarios el derecho a la vida desde la concepción del ser humano hasta la muerte, y plantea serias resistencias a reconocer los derechos de las disidencias sexuales. En tales casos, la infraestructura para institucionalizar la perspectiva de género sirve para difundir valores morales y religiosos como la defensa de la familia, la vida y porque no del mercado. O en el caso de gobiernos de izquierda, la perspectiva de género entra en contradicción al promover los derechos de las mujeres y negarse a reconocer mínimos derechos laborales de sus trabajadoras y manteniendo una relación patronal bajo la lógica del mercado neoliberal. O el de la candidata feminista que por mantener el presupuesto que otorga la legalidad electoral, reconoce como legítimo al candidato que llegó al poder bajo diversas formas probadas de fraude electoral. Situaciones donde género y Estado parecieran no ser compatibles.
Gargallo afirma que con algunos gobiernos conservadores aparecieron “feministas de derecha” que reivindican el derecho de las mujeres a no sufrir violencia doméstica y ocupar puestos políticos importantes pero, a la vez, combaten con juicios morales y religiosos el derecho al aborto, el reconocimiento de las disidencias sexuales y la anticoncepción. Se oponen a las críticas a la familia nuclear y declaran muerto el feminismo como teoría de las mujeres, pero no critican que sus gobiernos se ensañen violentamente contra las mujeres que reivindican posiciones políticas contrarias, no castigando el uso de la violencia sexual ejercido por sus órganos represivos (policías o ejército) o afines (paramilitares). A la vez, nunca exigen el fin de la impunidad con la violencia como los feminicidios.
Con estas representantes de la derecha, las especialistas de género están obligadas a pactar en los espacios públicos haciendo del feminismo una práctica funcional para el sistema capitalista, neoliberal y represor.
La crítica de las autónomas a la corriente institucional o el también denominado feminismo hegemónico, se centra principalmente en la instalación de un neocolonialismo debido a que primero las ONGs y ahora las instancias gubernamentales se han visto condicionadas por los intereses de las agencias financieras y los países que representan, de esta manera, la movilización de cientos de mujeres que emergían en los 80s, fue reemplazada por las negociaciones y lobbys de estas instituciones que hablan a nombre del conjunto de las mujeres. Así, por ejemplo, la agenda de los derechos sexuales y reproductivos fue una demanda impuesta por las agencias internacionales como parte de los intereses de los Estados y la respuesta al nuevo contexto económico en la perversa relación población-economía y desarrollo. (Espinosa, 2007).

El feminismo post-estructural en tiempos de globalización
El impacto de las lógicas neoliberales en los noventa no sólo en lo económico, también en lo social y lo cultual acentuó la tendencia hacia la privatización incluso de las conductas sociales y una creciente fragmentación e individuación de las acciones colectivas como movimiento, al generarse una “cultura del yo, recelosa de involucrarse en compromisos colectivos” (Lechner; 1996). Este cambio de época trajo también cambios en los discursos, en los análisis y las miradas. Si el marco interpretativo para el feminismo y otros actores sociales había sido el Estado-nación, ahora debilitado por las transformaciones de la globalización, las escalas de la acción social se trasladan de lo local a lo global y reaparecen no tan nuevos paradigmas, así, toman centralidad demandas como las de derechos humanos, derechos sexuales y reproductivos y diversidad sexual.
Ante este ¿nuevo? panorama, vale la pena hacer algunas preguntas ¿Porqué las demandas están ahora centralizadas únicamente en el ámbito de los derechos?¿Qué pasó con la construcción del sujeto mujer y sus demandas específicas? ¿Qué pasó con los cuestionamientos que hacían a las relaciones de poder clasistas, racistas, generacionales, androcéntricas y heterocentricas? ¿Es cierto que pierde sentido la interpelación al Estado ante la arremetida del neoliberalismo aún cuando es el propio Estado quién abre las puertas a las transnacionales?
No es casual que la descentración del sujeto mujer por la tecnología del género es reforzado por una nueva corriente feminista que viene tanto de Europa como Norteamérica, denominada feminismo post-estructural, que plantea una crítica a la teoría de la diferencia sexual. Cuestionan que la biología sea una determinación en la conformación de la identidad y afirman que la corriente de la diferencia es incapaz de plantear nuestro futuro a largo plazo.
El feminismo post-estructuralista, rechaza por completo la posibilidad de definir a la mujer como tal y trata de deconstruir todos los posibles conceptos de la mujer. El concepto “mujer” desde el post-estructuralismo, denominado también nominalista, sostiene que es una ficción, y que el feminismo debe orientar sus esfuerzos a desmantelarla. No obstante, la adhesión al nominalismo plantea serias dificultades al feminismo. ¿Cuál sería el fundamento de una política feminista que deconstruye al sujeto femenino? El nominalismo amenaza con aniquilar el propio feminismo (Alcoff, s/f :16).
Si se admite que el género es simplemente un constructo social, la necesidad e incluso la posibilidad de una política feminista quedan en entredicho. ¿Qué podemos solicitar en nombre de las mujeres si “las mujeres” no existen y todo lo que se pide en su nombre únicamente consolida el mito de que sí? ¿Cómo podemos atrevernos a censurar el sexismo y a proclamar que perjudica los intereses de las mujeres, si tal categoría es una ficción?
Según el post-estructuralismo, la raza, la clase y el género son constructos y, por tanto, no pueden ratificar ninguna concepción sobre la justicia y la verdad, puesto que no existe una sustancia esencial subyacente que liberar, realzar o sobre la que construir.
Así llegamos a la desestructuración de las identidades. Más que la búsqueda de una identidad colectiva, se trata de la ruptura de las identidades fijas, la deconstrucción de los géneros establecidos y de los sexos asignados. Las identidades son mutables, dependen de momentos estratégicos, políticos incluso lúdicos y este nomadismo es lo que pone de relieve la futilidad de buscar una estabilidad definitiva en lo referente al cuerpo, el género o la sexualidad, lo que puede disolver los dispositivos de normalización (Sáens, 2004).
Bajo estos conceptos, la reivindicación de las identidades diferenciadas como el de hombre, mujer, lesbiana, homosexual, bisexual, heterosexual pierden sentido, Yuderskis Espinosa plantea que, en la política feminista de la resubjetivación, una vez entrada los noventa en una carrera por la legitimación y la lucha por conquistar espacios de poder institucional, con la instalación definitiva del feminismo del Estado y de las agendas internacionales en casi todo los países, ya no hubo espacio al interior del feminismo, para pensar la sexualidad fuera de los derechos como producción de sujeto. Fue así como, de cuestionar la heterosexualidad obligatoria como institución patriarcal que oprime a todas las mujeres, se pasó a una política de respeto a la diversidad sexual, y/o de derechos sexuales y reproductivos, centralizada en la prevención del SIDA y la legalización de parejas homosexuales, entre otros temas de inclusión. (Espinosa, 2007).
Coincidiendo con la premisa de que el género es un constructo social, no esencial, el concepto “mujer” no se puede definir por los atributos, ni biológicos ni sociales, sino por la posición en un entramado de relaciones, donde lo biológico, lo social, lo económico, lo cultural toman lugar en la constatación de que su posición en esa trama carece de poder y movilidad y precisa un cambio radical. Así, de Lauretis afirma que la identidad de una mujer es producto de su propia interpretación y de la reconstrucción que haga de su historia, permeada por el contexto cultural discursivo al que tiene acceso (De Lauretis, 1992).
Por ello es importante reflexionar sobre el porqué de la pérdida del discurso feminista y la centralidad del concepto mujer ante un poder hegemónico que ha aprendido a desdibujar problemáticas e imponer paradigmas. La rebeldía de las mujeres desde una posición autónoma resultaba demasiado incómoda para el sistema de poder porque cuestionaban la lógica misma de las relaciones sociales.
Si bien es cierto que desde la institucionalización se ha logrado mejoras en la condición de las mujeres, la inserción de éstas a las lógicas del poder ha impedido cuestionar a las mismas y las ha obligado a la complicidad de reforzar las dinámicas del mercado neoliberal a costa de diluir el sentido mismo del feminismo, así, de la búsqueda de la libertad debemos conformarnos con los derechos. De ahí que Francesca Gargallo nos advierta del surgimiento de un feminismo de derecha que lejos de potenciar la rebeldía de las mujeres, los pactos institucionales han servido para desmovilizar, confundir, alimentar los sentimientos de frustración y sobretodo, alimentar a un sistema de poder regido por la lógica del mercado.
Para Margarita Pisano, uno de los principales desafíos sigue siendo la reconstrucción del espacio simbólico de la masculinidad que contiene en sí el espacio de la feminidad.
[2] En algunos momentos las mujeres se instalan en los lugares de poder de la masculinidad como la política pero siempre al servicio de los intereses de la masculinidad, esos “grandes avances” son formas de reacomodo de las estructuras masculinas, negociar en condiciones de desigualdad es una transacción en la cual uno se somete a las condiciones de juego del que tiene el poder, ya que sólo negocian los que se reconocen con equivalencia de poderes y necesidades.[3]
¿Que hacer ante dicho panorama? Encuentro indispensable recuperar y reconocer nuestra historia de resistencia para reencontrar una posición en ese entramado de relaciones de poder y resignificar el concepto de mujer en esa historia de rebeldía ante un poder hegemónico. Aunque muchas feministas consideran que en el dominio de lo político, la diferencia sexual no debe ser una distinción pertinente, es importante evitar la tesis del humano genérico universal y neutro que nos tapa los ojos ante el racismo, el androcentrismo, la heterosexualidad obligatoria y ahora los intereses del mercado.
[1] Gargallo, Francesca. Unos apuntes sobre la teoría lésbica de Norma Mogrovejo, presentación de libro.

[2] Pisano, Margarita, Una larga lucha de fracasos. En: ALAI N°7, noviembre 1999.

[3] Fischer, Amalia, Los complejos caminos de la autonomía. En: Feminismos disidentes en América Latina y el Caribe. Nouvelles questions feministas 244 N°2, 2005.

martes, 25 de noviembre de 2008

25 de Novembro - dia de luta



25 de novembro, dia de luta contra a violência sexista, machista e cobarde

O movimento pela emancipação das mulheres deu até agora apenas o primeiro passo naquela direção. (...) A história nos mostra que toda classe oprimida conquistou a liberdade dos seus senhores através dos seus esforços. É necessário que a mulher aprenda esta lição, que ela adquira a consciência de que a sua liberdade alcançará tão longe quanto o seu poder de atingir a liberdade alcance...

dA Tragédia da emancipação das mulheres
Emma Goldman

lunes, 24 de noviembre de 2008

reunião dia 26 de novembro




Olá pessoal, e aí? Como vão as coisas? Temos a sensação de que já passou tanto tempo desde a nossa última reunião... Será porque estão surgindo tantas questões interessantes que nos deixam pensando? Mas, nos parece que tudo tem um mesmo fio condutor e é isso que queremos aprofundar em cada encontro.

Na última reunião foi levantado o tema de como as lésbicas encaramos o amor e os nossos relacionamentos, fidelidade / infidelidade, relacionamentos abertos, amor livre, casal fechado, ciúmes etc. e combinamos continuar conversando sobre isso na próxima reunião. Porém, achamos que é necessário aproveitar o momento e fazer uma avaliação da parada livre e da caminhada lésbica. Desde o nosso ponto de vista, sempre rebelde, Porto Alegre está precisando refletir um pouco, repensar essa atividade já “tradicional” - com todos os defeitos e qualidades que implica a palavra tradicional. É preciso pensar para onde ir ou que queremos dessa data, a partir do ponto de vista dos movimentos sociais, dos rumos que está vivendo a sociedade onde, quer se queira ou não, estamos inseridxs.

Dado que nossas reuniões de reflexão estão voltadas também para a geração de textos e escritos novos de feministas e feministas lésbicas, propomos ler o texto que as mulheres rebeldes escrevemos recentemente e o Manifesto lésbico feminista – anti capitalista que foi escrito juntamente com vários grupos desta cidade para o dia da visibilidade lésbica.
Isso não significa que a questão de amores/relacionamentos, etc, deva ser abandonada, pelo contrário, é um tema que nos interessa particularmente.

Para sermos mais produtivas sugerimos que nossa discussão seja pautada por algumas questões:
- qual o objetivo da “parada”?
- ela é realmente LGBT?
- Sempre se fala de leis, de direitos; para além disso, o que acontece com as violências vividas no interior das famílias e dos núcleos afetivos? E com as agressões físicas e verbais que se sofre na rua?


Por favor imprimam os textos anexados e levem para a reunião.


quarta-feira 26 de novembro 18,30 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

Fones : 51 – 3333 3538 / 9239 1891 / 9253 4300
mulheres_rebeldes@hotmail.com

http://mulheresrebeldes.blogspot.com/

a seguir os textos que também estão subidos na nossa bloga

Cultivar nossos direitos ou semear nossas esquerdas?

No domingo 16 de novembro aconteceu em Porto Alegre a 12º Parada Livre, a sua palavra de ordem foi “cultive seus direitos”. Mais uma vez queremos repensar a palavra direitos que preferimos chamar de esquerdas. De fato foi assim que nos expressamos vários grupos desta cidade no manifesto lésbico feminista anti-capitalista .
A partir desse mesmo ponto de vista queremos discutir a proposta dos grupos da organização da “Parada” cujo espaço está dominado pela ordem patriarcal-comercial . Por isso, antes de tudo, se faz necessário visibilizar um “feminino” sempre oculto, escondido, negado frente a um “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Além disso, e é desse tema que queremos tratar, propomos pensar em semear esquerdas porque falar delas sugere a opção de dar a volta e enxergar as nossas realidades quotidianas desde um outro canto.

Nos propomos começar pela base: quais são os objetivos do movimento LGBT, o que queremos, quais nossos sonhos, as nossas utopias? Vamos desligar por um momento o som das boites que inundam a cada ano a “Parada” para assim movimentar os neurônios.
É preciso tomar consciência que já existem leis que ainda não se conhecem ou não se sabe direto como implementá-las; ainda há pessoas que não se atrevem a falar abertamente da sua lesbianidade / transsexualidade/ homossexualidade; ainda há pessoas que acreditam que pelo fato de pagar impostos merecem direitos. Achamos que temos um longo caminho a transitar e não somente pela faixa da direita, nem dos tapa-buracos.

Nós, MULHERES REBELDES, consideramos a nossa lesbianidade uma ferramenta polítika representada com um machadinho – vejam bem – duplo . Não esperamos iniciativas ditadas pelos governos, FMI, Banco Mundial ou Unifem.
Se ainda tem pessoas que não se atrevem a assumir a sua lesbianidade / transsexualidade / homossexualidade; se ainda tem crianças que morrem de fome; mulheres sem a liberdade para abortar e sem autonomia nos próprios corpos; latifúndios produtivos ou improdutivos – mas de um único dono – enquanto tem gente que não tem nem um pedacinho de terra onde plantar mandioca ou feijão; se ainda existe um Brasil racista; a nossa luta não pode se restringir à busca de igualdades dentro de um mundo desigual.

Para isso existe o nosso labrys, para dar visibilidade às injustiças, remover as terras e semear comida, idéias, revoluções. Junto a ele temos a força materializada das nossas amazonas.
Para que nunca mais uma mulher nos diga na “Parada” que já não há revolucionarixs entre nós.
Nós, MULHERES REBELDES, lutamos pela transformação da sociedade e a única reforma em que acreditamos é na reforma agrária porque sendo levada pelo MST, e no contexto histórico em que ocorre, está mais para revolução agrária.
É por isso que a nossa preocupação é transversalizar as lutas. Não acreditamos numa causa única e sim no conjunto delas.
Porque os direitos das pessoas burguesas que pagam (ou sonegam) seus impostos e acham que isso é suficiente como exercício de cidadania, e aquelas pessoas que sequer participam do mundo dos impostos existe um abismo. É importante lembrar que entre elxs existem lésbicas, gays, travestis, transsexuais e bissexuais pois nós transversalizamos a classes sociais. Mesmo que todas tenham os mesmo direitos legais, eles nunca existirão de fato, ou na prática, pelo menos dentro do universo da extrema desigualdade que se vive no capitalismo neoliberal.

Por tudo isto que desejamos e propomos semear esquerdas – no mais amplo sentido - para assim poder colher frutos de outras plantas. Plantas livres, pensantes, que tragam nelas o germe da revolução permanente.
Esses são os nossos sonhos, esta é a nossa luta.


MULHERES REBELDES
novembro de 2008


MANIFESTO LÉSBICO FEMINISTA ANTI CAPITALISTA

Em 1948 a cultura patriarcal machista, redigiu a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, mais conhecida como a “Declaração Universal dos direitos do HOMEM”, numa demonstração fiel e explicita do sexismo vigente na cultura, na estrutura e na linguagem da sociedade moderna.
Nós, LÉSBICAS FEMINISTAS, acreditamos que o dia 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, seja uma data para além da visibilidade, para denunciar a discriminação, a lesbofobia o machismo, o racismo e o classismo em que esta sociedade se sustenta, principalmente nos discursos científicos e religiosos que naturalizam e normatizam as famílias tornando-as nada mais que núcleos primários de reprodução das idéias conservadoras e da monogamia que faz o jogo do capitalismo.

Nos propomos, como Lésbicas Feministas, a “reparar” esse horrível e discriminatório fato acontecido 60 anos atrás, e consideramos que a data de 29 de agosto, Dia Nacional da VISIBILIDADE lésbica, é uma ótima oportunidade para, mais uma vez, apontar e denunciar esse patriarcado que nos oprime. Esse sistema homo-lesbo e transfóbico que gosta tanto de “ordens naturais” e que não faz mais do que cuidar das famílias consideradas bem concebidas
E para sair do discurso e entrar no campo da ação faremos, a partir de agora, a Declaração das Esquerdas Humanas, uma reparação não apenas lingüística, mas de fundo, à declaração de 1948.
Nós, viragos, sapatas, femmes, sapas, sapatonas, thildes, bolachas, fanchas, laidys, machorras, caminhoneiras, bofinhos, fanchonas, tortilleras, LÉSBICAS Somos e queremos ser diferentes - anormais - pois não seguimos a norma heterossexual, branca, masculina, burguesa e capitalista na qual se funda a hipócrita sociedade contemporânea ocidental. E assumir esta diferença e anormalidade impõe uma nova linguagem que explicite a nossa rebeldia.
Toda a vez que formos chamadas para obtermos “os mesmos direitos” falaremos em obter “esquerdas desiguais”, pois são nas diferenças que encontramos nossa essência.
Retiraremos de nosso vocabulário a palavra família, com todo o seu peso judaico-cristão, capitalista e monogâmico, e a trocaremos por “núcleos afetivos”.
Não queremos casamento, queremos uniões afetivas, não queremos hierarquia, queremos uma sociedade livre de fato, com todas as suas diferenças, livre de preconceitos e fobias, livre do peso da opressão sexista, machista, racista e capitalista.
Manteremos e sustentaremos o direito aos nossos corpos, à nossa sexualidade, ao nosso prazer e a condição de expressá-lo com quem desejarmos e aonde desejarmos, como seres livres e soberanos que somos.

Hoje após 40 anos daquele glorioso maio Francês, onde nossas precursoras se rebelaram, queimando soutiens nas ruas, e através dos muros pichados gritávamos “imaginação ao poder”, ousando nos tornar VISÍVEIS, queremos lembrar que continuamos a preferir ser metamorfoses ambulantes do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Porto Alegre, 29 de agosto de 2008.

Assinam este manifesto: mulheres rebeldes, Outra Visão, Liga Brasileira de Lésbicas, Coletivo Candace BR, Acarmo LBT, Lésbicas Independentes, Fuxico de Terreiro, Coletivo Nacional das Transexuais-rs, Pontão de Cultura Digital Minuano, Rede Nacional da Saúde das Lésbicas Negras (SAPATÁ).






viernes, 21 de noviembre de 2008

LIVROS A VENDA - Malena e il mare









Malena e il mare en italiani, para tudo gosto e piaccere
de marian pessah

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mulheres_rebeldes@hotmail.com

LIVROS A VENDA - Malena y el mar



de marian pessah

Malena y el Mar... o el arte para desatar las incómodas sogas del patriarcado

Mariana Pessah da sus primeros pasos en la literatura uniendo una serie de relatos que conforman la vida de Malena Urtiaga, lesbiana, fotógrafa y artesana de sus propios deseos.
Ni de novelas, ni de cuentos, las anécdotas que narra la protagonista podrían bien, enmarcarse en relatos violeta. Un nuevo género para una mujer que, movida por su curiosidad y sus inquietudes, subvierte en escenas cotidianas la trama de una realidad envasada en consignas tramposas.
Las huellas en el mar de Malena abren caminos de sueños nuevos, de rebeldía inclaudicable.
Una muchacha que descubrirá la palabra lesbiana con el mismo asombro y naturalidad que revelará el amor.
Escucharemos a aquella adolescente que se preguntaba si alguna “sapita lesbiana” la despertaría de la aburrida pesadilla del príncipe azul de los cuentos de hadas; y festejaremos a la mujer que no duda en cambiar el génesis de la historia usando la detonación de los sentidos, acudiendo a la libertad de la imaginación.
La Malena de Mariana Pessah, relata con voz de tango y embestida de rock and roll, como una mujer puede deshacerse de las normas y recrear un mundo propio, legítimo, a partir del registro, casi fotográfico, de su propia alma.
La música de Malena suena al ritmo de los cambios, de los miedos, de las certezas y del latido de su corazón.
Angélica Quiroga

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REVISTAS A VENDA - BARUYERA




Revista BARUYERA - Una tromba lesbiana feminista

Já tem 5 números editados, é uma revista argentina. Para conhecer mais http://baruyoaldia.blogspot.com/2008/10/la-tromba-ha-vuelto.html

Na cidade de Porto Alegre temos os números 3, 4 e 5.

Para consegui-la envia um mail para mulheres_rebeldes@hotmail.com
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LIVROS A VENDA - Escritos de una Lesbiana Oscura


Algunos comentarios de Claudia Korol sobre el libro de Yuderkys Espinosa

Quiero agradecer a Yuderkys la invitación al diálogo sobre las distintas temáticas que abarca su libro, que está escrito y compilado precisamente en esta clave: la del diálogo, que se sostiene a través de las páginas… Diálogo consigo misma, con nosotras, con otras, con las mujeres que fue, con las que fuimos, con quienes soñamos ser, con quienes ya no seremos.

El diálogo es, en las prácticas del feminismo, un ejercicio político indispensable, y un verdadero desafío. Ejercicio que reclama escuchar, escucharnos con atención, intentar comprender-nos … y aprender. Atrevernos a cruzar las fronteras tan rígidas a veces de nuestras propias definiciones. Saltar las trincheras que hemos levantado entre teorías y prácticas, entre utopías y experiencias cotidianas.

Necesitamos de un diálogo que no se vuelva un formal intercambio de saberes, sino que intente ser creativo, animándonos a compartir no sólo certezas sino también intuiciones, búsquedas, sensaciones.

Así está escrito este libro, en el que Yuderkis conjuga distintos lenguajes: el de la reflexión académica, el del testimonio, el de la sensibilidad a flor de piel.

En todos los sentidos, es un libro escrito “en la frontera”. No sólo porque éste es el nombre de la editorial que lo ha publicado. No sólo porque atraviesa las historias de mujeres que son nuestras historias, de manera comprometida y comprometiéndonos.
Es un libro escrito en aquella frontera en la que una mujer dominicana relata experiencias de mujeres argentinas. En la frontera de los saberes académicos y de los saberes que nacen de las vivencias de nuestros propios cuerpos en lucha.

Un libro que invita a revisar la propia noción de fronteras, y quiénes las han delimitado. Al servicio de quiénes. En nombre de qué razones o sinrazones. Para quienes hemos quedado atrapadas en los límites de las fronteras creada por el poder, para dividirnos, para controlarnos, para mejor humillarnos, aquí tenemos la posibilidad de correr las marcas, intentando desarmar los límites impuestos, como parte de nuestras batallas contrahegemónicas.

El nombre del libro: “Escritos de una lesbiana oscura” me intriga también por las difusas percepciones de las identidades que convoca. ¿“Oscura” es el tono de una identidad? ¿Es el color de “otra” identidad? ¿Lesbiana es una autodesignación, dentro del color de un pueblo, o de muchos pueblos, o una marca más que registra la piel de aquellas mujeres que cargan en su memoria las cicatrices de la esclavitud?

“Lesbiana oscura” … ¿será una manera de reconocerse, o el camino para desconocerse en la búsqueda también propuesta en el libro de disolución de las identidades?

¿Una provocación? ¿Una invitación al encuentro? ¿El nombre de las diferencias? ¿El color de nuestras certezas?

Leí el libro como quien mira una película. (Recién advertí el ojo que mira desde la tapa, al terminar la lectura).

Éste es un libro para mirar, para sentir, para discutir, mientras repasamos las diferentes escenas de historias que nos traen recuerdos que nos conmueven, nos alegran, nos enojan. Da ganas de comentarlo, de rebatirlo, de afirmarlo; preferentemente en grupo... Porque en realidad, estos son los escritos de muchas mujeres, con quienes dialoga o reflexiona Yuderkis. Podemos ser nosotras, pueden ser otras. Y en este juego de identidades que se rehacen, también vale la pena reflexionar sobre los tantos caminos que hemos encontrado para expresar nuestras resistencias.

Feministas, lesbianas, afrodescendientes, mujeres trabajadoras, desocupadas, campesinas, indígenas, travestis, tantas maneras de nombrarnos posibles, en un debate que habla de identidad. Que discute la identidad como un camino para perpetuar una lógica de opresión.

Frente a estas definiciones, quisiera aventurar otra mirada. La de algunas educadoras populares, que vamos caminando, y buscando junto a los movimientos populares, como parte de ellos, espacios y horizontes de emancipación. En estas marchas, muchas veces reconocemos a la identidad como expresión de un momento de unidad de un colectivo, de valorización de una diferencia, que habitualmente es utilizada para despreciarnos o subalternizarnos. En los movimientos en los que participamos, la identidad suele ser el espacio para nombrar una resistencia. También puede volverse un límite que perpetúe una lógica de opresión, cuando la identidad no se vuelve punto de partida sino el final del camino. Cuando resulta la manera no de empezar a caminar, sino de detener la marcha y las preguntas, las inquietudes, las búsquedas de nuevas identidades que también nos movilicen.

No pretendemos que toda la propuesta emancipatoria, comience y termine en las políticas de identidad. Pero sí entendemos que éstas son –en este tiempo histórico- puntos de partida para la creación de sujetos colectivos, y para la formación de la autoestima individual de quienes aprendemos a reconocer en la diferencia una oportunidad más y no un límite para nuestro camino común.

En un mundo en el que las opresiones capitalistas, imperialistas, patriarcales, xenófobas, homofóbicas, se refuerzan mutuamente, en pos del disciplinamiento alrededor del pensamiento y el sentimiento homogéneos organizados desde el poder; es todavía grande el desafío para quienes no aceptamos su orden, sus mandatos, su voluntad de domesticarnos. Para quienes creemos y queremos revolucionar no sólo las esferas políticas, o económicas, o sociales, sino también la vida cotidiana, los sentidos, las experiencias vitales, la creación de grupos, de colectivos, de espacios donde expresarnos desde nuestras múltiples identidades, el reconocimiento de las mismas es parte de los esfuerzos cotidianos de rehacer el mundo, nombrando la diversidad, e inventando los espacios para el encuentro.

Somos concientes que en los movimientos populares que se dicen emancipatorios, hay demasiadas prácticas todavía que reproducen en su interior jerarquías, discriminaciones, naturalizando el orden patriarcal y heterosexual, con los mismos códigos de la cultura judeo cristiana. Movimientos emancipatorios que limitan la lucha contra la explotación, al objetivo de terminar con la propiedad privada o de lograr una mejor distribución de la riqueza, con un enfoque reduccionista, economicista, y determinista, que supone que desde esta base económica modificada, se podrán poner en marcha otras emancipaciones “secundarias” frente a su perspectiva. En este tipo de movimientos, una expresión de identidad glttbi, puede resultar más desafiante que varios discursos fuertemente clasistas, y antiimperialistas. La posibilidad de que estos movimientos acepten y valoren la diversidad sexual, como parte de su comprensión del conjunto de la experiencia humana, permite que los mismos crezcan no sólo en términos numéricos, sino sobre todo en su capacidad de desicfrar el mundo que se proponen cambiar, y en hacer de las organizaciones espacios más habitables, en los que puedan convivir las acciones de resistencia al poder, con las políticas movilizadas por el deseo.

La subjetividad en las resistencias, el deseo, la libertad, los sueños, que han sido parte de los rituales de una generación que dotó al feminismo de horizontes utópicos, siguen siendo parte de las inscripciones necesarias para las batallas actuales. Por eso este libro, escrito también con pasión, con emoción, con rabia, con alegría, nos invita a retomar antiguos debates, como si fueran nuevos, en otros escenarios, y con el mismo fervor.

Claudia Korol

LIVROS A VENDA - El Patriarcado al desnudo


Tres feministas materialistas: Colette Guillaumin, Paola Tabet, Nicole Mathieu.

BRECHA LÉSBICA. Compiladoras Ochy Curiel / Jules Falquet.

El “feminismo materialista francés” es sin duda una de las corrientes más radicales, aunque poco conocidas, del pensamiento y la práctica feminista. Desde 1970, su perspectiva teórica y política desnuda las raíces mismas de la subordinación de las mujeres al demostrar que no son un grupo biológico, natural, sino que al contrario una clase social, de sexo, construida por relaciones de producción y de explotación.

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miércoles, 19 de noviembre de 2008

Cultivar nossos direitos ou semear nossas esquerdas?




primero en lengua brasilera

No domingo 16 de novembro aconteceu em Porto Alegre a 12º Parada Livre, a sua palavra de ordem foi “cultive seus direitos”. Mais uma vez queremos repensar a palavra direitos que preferimos chamar de esquerdas. De fato foi assim que nos expressamos vários grupos desta cidade no manifesto lésbico feminista anti-capitalista[1].


A partir desse mesmo ponto de vista queremos discutir a proposta dos grupos da organização da “Parada” cujo espaço está dominado pela ordem patriarcal-comercial[2]. Por isso, antes de tudo, se faz necessário visibilizar um “feminino” sempre oculto, escondido, negado frente a um “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Além disso, e é desse tema que queremos tratar, propomos pensar em semear esquerdas porque falar delas sugere a opção de dar a volta e enxergar as nossas realidades quotidianas desde um outro canto.

Nos propomos começar pela base: quais são os objetivos do movimento LGBT, o que queremos, quais nossos sonhos, as nossas utopias? Vamos desligar por um momento o som das boites que inundam a cada ano a “Parada” para assim movimentar os neurônios.
É preciso tomar consciência que já existem leis que ainda não se conhecem ou não se sabe direto como implementá-las; ainda há pessoas que não se atrevem a falar abertamente da sua lesbianidade / transsexualidade/ homossexualidade; ainda há pessoas que acreditam que pelo fato de pagar impostos merecem direitos. Achamos que temos um longo caminho a transitar e não somente pela faixa da direita, nem dos tapa-buracos.

Nós, MULHERES REBELDES, consideramos a nossa lesbianidade uma ferramenta polítika representada com um machadinho – vejam bem – duplo
[3]. Não esperamos iniciativas ditadas pelos governos, FMI, Banco Mundial ou Unifem.
Se ainda tem pessoas que não se atrevem a assumir a sua lesbianidade / transsexualidade / homossexualidade; se ainda tem crianças que morrem de fome; mulheres sem a liberdade para abortar e sem autonomia nos próprios corpos; latifúndios produtivos ou improdutivos – mas de um único dono – enquanto tem gente que não tem nem um pedacinho de terra onde plantar mandioca ou feijão; se ainda existe um Brasil racista; a nossa luta não pode se restringir à busca de igualdades dentro de um mundo desigual.

Para isso existe o nosso labrys, para dar visibilidade às injustiças, remover as terras e semear comida, idéias, revoluções. Junto a ele temos a força materializada das nossas amazonas.
Para que nunca mais uma mulher nos diga na “Parada” que já não há revolucionarixs entre nós.


Nós, MULHERES REBELDES, lutamos pela transformação da sociedade e a única reforma em que acreditamos é na reforma agrária porque sendo levada pelo MST, e no contexto histórico em que ocorre, está mais para revolução agrária.
É por isso que a nossa preocupação é transversalizar as lutas. Não acreditamos numa causa única e sim no conjunto delas.
Porque os direitos das pessoas burguesas que pagam (ou sonegam) seus impostos e acham que isso é suficiente como exercício de cidadania, e aquelas pessoas que sequer participam do mundo dos impostos existe um abismo. É importante lembrar que entre elxs existem lésbicas, gays, travestis, transsexuais e bissexuais pois nós transversalizamos a classes sociais. Mesmo que todas tenham os mesmo direitos legais, eles nunca existirão de fato, ou na prática, pelo menos dentro do universo da extrema desigualdade que se vive no capitalismo neoliberal.

Por tudo isto que desejamos e propomos semear esquerdas – no mais amplo sentido - para assim poder colher frutos de outras plantas. Plantas livres, pensantes, que tragam nelas o germe da revolução permanente.
Esses são os nossos sonhos, esta é a nossa luta.


MULHERES REBELDES
novembro de 2008



¿Cultivar nuestros derechos o sembrar nuestras izquierdas?

agora em língua argentina

El domingo 16 de noviembre aconteció en Porto Alegre la 12º Parada Livre
[4], su lema era : “cultivá tus derechos”. Una vez más queremos repensar la palabra derechos a la que preferimos llamar de izquierdas. Fue así como nos expresamos varios grupos de esta ciudad en el manifiesto lésbico feminista anti-capitalista[5].


A partir de este mismo punto de vista queremos discutir la propuesta de los grupos de la organización de la “Parada” cuyo espacio está dominado por el orden patriarcal-comercial[6]. Por eso y antes que nada, se hace necesario visibilizar un “femenino” siempre oculto, escondido, negado frente a un “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Además, proponemos pensar en sembrar izquierdas porque hablar de ellas sugiere la opción de dar la vuelta y mirar nuestras realidades cotidianas desde el otro lado del mostrador, un ángulo diferente al acostumbrado.

Proponemos comenzar por la base: ¿cuáles son los objetivos del movimiento LGBTT, qué queremos, cuáles son nuestros sueños, nuestras utopías? Apaguemos por un momento la música de los boliches que inundan cada año la “Parada” para poder mover las neuronas.
Es necesario recordar que existen leyes que todavía no se conocen o no se sabe cómo implementarlas; que aún hay personas que no se atreven a hablar abiertamente de su lesbianidad / transexualidad/ homosexualidad; que todavía hay quienes relacionan el hecho de pagar impuestos con merecer derechos. Tenemos un largo camino por transitar y no solamente por el carril de la derecha, ni tampoco de los tapa-agujeros.

Nos-otras, MULHERES REBELDES, consideramos nuestra lesbianidad una herramienta polítika representada por un hacha – vean bien – doble
[7]. No esperamos iniciativas de los gobiernos, FMI, Banco Mundial ni Unifem.


Siempre que haya personas que no se atrevan a asumir su lesbianidad / transexualidad / homosexualidad; niñas y niños muriendo de hambre; mujeres sin libertad para abortar y sin autonomía para decidir por sus propios cuerpos; latifundios productivos o improductivos – pero de un único dueño – mientras, paralelamente, haya gente que no tiene ni un centímetro de tierra donde plantar mandioca o arroz; mientras exista un Brasil racista; nuestra lucha estará activa pues no la restringimos a la búsqueda de igualdades dentro de un mundo desigual.

Para eso tenemos nuestro labrys, para dar visibilidad a las injusticias, remover las tierras y sembrar comida, ideas, revoluciones. En él traemos la fuerza materializada de nuestras amazonas.
Para que nunca más una mujer nos diga en la “Parada” que ya no hay revolucionarixs entre nosotrxs.
Nos-otras, MULHERES REBELDES, luchamos por la transformación de la sociedad y la única reforma en que creemos es la reforma agraria porque siendo “implementada” por el MST – Movimiento de trabajadorxs rurales Sin Tierra y con tierra, y en el contexto histórico que se enmarca, está más cerca de una revolución agraria.
Por eso nuestra preocupación consiste en transversalizar las luchas, pues no creemos en una causa única y sí en el conjunto de ellas.


Porque los derechos de las personas burguesas que pagan (o evaden) sus impuestos y por eso creen que es suficiente como ejercicio de ciudadanía, y aquellas personas que ni siquiera participan del mundo de los impuestos existe un abismo. Es importante recordar que entre ellxs existen lesbianas, gays, travestis, transexuales y bisexuales pues nosotrxs transversalizamos las clases sociales. Suponiendo que todas tuvieran los mismos derechos legales, ellos nunca existirán de hecho, o en la práctica, no por lo menos dentro del universo de extrema desigualdad que se vive en nuestro sistema patriarcal capitalista neoliberal.

Por todo esto, es que deseamos y proponemos sembrar izquierdas – en el más amplio sentido - para así poder cosechar frutos de otras plantas. Plantas libres, pensantes, que traigan dentro de ellas el germen de la revolución permanente.
Estos son nuestros sueños, esta es nuestra lucha.


MULHERES REBELDES
noviembre de 2008

[1] Ver http://radicaldesdelaraiz.blogspot.com/2008/09/manifiesto-lsbico-feminista-anti.html

[2] É importante lembrar que hoje nas principais cidades do mundo se realizam as Marchas do Orgulho LGBTT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais - em homenagem á revolta de Stonewal acontecida em junho de 1969 num bar “de ambiente” sitiado na cidade de Nova York. A pretexto de manter a ordem, seguidamente a policia espancava xs freqüentadores, mas neste dia xs fregueses resolveram resistir e expulsaram os policias a força. Foi uma revolta que durou 3 dias. A partir daí se comemora o 28 de junho como dia de rebelião, de luta, de forças. Orgulho pela dignidade que nossxs companheirxs tiveram naquele momento.

[3] Também chamado labrys.


[4] Es el nombre que se le da aquí a las Marchas del Orgullo LGBTT

[5] Ver http://radicaldesdelaraiz.blogspot.com/2008/09/manifiesto-lsbico-feminista-anti.html

[6] Es importante recordar que hoy en las principales ciudades del mundo se realizan las Marchas del Orgullo LGBTT - lesbianas, gays, bisexuales, travestis, transexuales - en homenaje e la revuelta de Stonewal acontecida en junio de 1969 en un bar “de ambiente” de la ciudad de Nova York. Con el pretexto de mantener el orden, seguidamente la policía invadía con violencia el lugar, pero este día las personas resolvieron no aguantar más y expulsaron a los polis a la fueza. Fue una revuelta que duró 3 días. A partir de ahí se conmemora el 28 de junio como día de rebelión, de lucha, de fuezas. Orgullo por la dignidad que nuestrxs compañexs tuvieron en aquel momento.
[7] También llamado labrys.

lunes, 10 de noviembre de 2008

reunião dia 12 de novembro lendo a Ochy Curiel

Olá gente! Esta semana estamos propondo a (re)leitura de um texto de Ochy Curiel “Subvertendo o patriarcado a partir de uma aposta lésbica-feminista”. Achamos que ele cai como uma luva nas nossas mãos , numa época, numa hora, que tanto se fala em identidades passivas : a lésbica, a negra, a mulher.
A Ochy apresentou este texto, 3 anos atrás, quando foi o Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho em São Paulo.

Pensamos que ser lésbica vai muito alem de uma mulher que ama a outra mulher, para nós – mulheres rebeldes - é uma forma de encarar a vida, de revolucionar a sociedade, de denunciar normas estabelecidas. Uma ferramenta de luta contra o sistema que tanto desejamos mudar.
A gente não pode se definir em relação a alguém, e se em este momento não estou amando, viro heterossexual? As mulheres heterossexuais quando não estão com um homem, podem ser lésbicas?
Que tem a ver ser lésbica com o feminismo?

Te convidamos a que leias este texto e venhas a debater conosco estas e outras questões que aqui se colocam.

Te esperamos na quarta-feira, 12 de novembro as 18.30 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

Fones : 51 – 3333 3538 / 9239 1891 / 9253 4300
mulheres_rebeldes@hotmail.com


clarisse castilhos e marian pessah

Subvertendo o patriarcado a partir de uma aposta lésbica-feminista

X Encontro Feminista da América Latina e do Caribe
9-12 de outubro, 2005
Serra Negra, São Paulo

Ochy Curiel


Esta voz que hoje tem o privilégio de abrir o debate neste X encontro feminista não é apenas minha, comigo falam Las Chinchetas, Lesbianas Feministas en Colectiva, Mulheres Rebeldes e Brecha Lésbica que do México, Buenos Aires, Porto Alegre e Paris tecemos uma trama de cumplicidades políticas, ultrapassando fronteiras. Não sou representante delas, não substituo suas próprias vozes, mas por apostar numa construção coletiva lésbica-feminista, aproveito este espaço para evidenciar nossa posição política face o tema proposto neste painel: a radicalização da democracia.

“Radicalização”, “Democracia”, dois conceitos políticos contraditórios, impossíveis de serem unidos a partir de uma proposta crítica e revolucionariamente feminista.

Democracia continua sendo hoje, mais do que nunca, um conceito patriarcal e liberal que se apresenta como uma matriz civilizatória, como a aspiração de sujeito ilustrado que o feminismo da segunda onda tanto criticou por ter se instalado desde a ótica de uma masculinidade branca, heterossexual e com privilégios de classe.

Ainda que a democracia, em muitos momentos históricos tenha aparecido como um conceito oposto ao de ditadura, regime que durante muitos anos perdurou em muitos de nossos países latinoamericanos e caribenhos e cujas seqüelas continuam presentes, até onde saibamos, não acabou com as desigualdades de classe, com o racismo, com a heteronormatividade e com o sexismo…. Nunca. Todo mundo fala de democracia: os estados, os governos, os partidos, as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, as instituições responsáveis por difundir e estabelecer o patriarcado capitalista com a ajuda de muitas mulheres e feministas que seguem fazendo o jogo, hoje mais do nunca. Democracia é uma forma de organização social que tem que ser questionada e deve ser substituída, desde uma ótica feminista, por outras propostas mais participativas e sobretudo transformadoras.

Como é possível que depois de tanto tempo em que nós-outras vivemos nesta mentira, muitas ainda aspirem a ela? É preocupante, mas não é por acaso. Instalar-se nesta lógica mentirosa tem sido, para muitas feministas, a única política possível, mesmo que em prejuízo da própria história – de outras e delas mesmas. A cumplicidade segue impune vem dizendo vozes feministas desde o Encontro de Salvador, já faz um tempo: as cúmplices, as autônomas, as Mujeres Creando, Las Chinchetas entre muitas outras.

Pareceria que não há outras formas de sonhar com outros mundos, outras lógicas, outras utopias feministas fora das instituições patriarcais.

Dito isto não queremos dedicar este espaço a aprofundar a discussão sobre democracia porque nos colocamos em outro lugar e o conceito de radicalidade sim nos dá possibilidades de repensar uma nova utopia feminista.

Nós-outras, as lésbicas feministas, antirracistas e anticapitalistas apostamos na construção de outro mundo, um mundo libertário, ainda em construção, por sonhar e mais ainda por concretizar. E nos posicionamos a partir da radicalidade. Não aquela que acompanha como apelido o tema da democracia deste X Encontro, mas aquela que questiona, que duvida, que faz barulho, que cria e imagina, que parte de uma visão de que ser lésbica, afro-descendente, mestiça, indígena, feminista é uma posição política e não uma identidade essencial que nos leva a fragmentar o pensamento e aposta em como seria olhar somente desde identidades étnicas ou sexuais. Radicalidade que se expressa no combate a todas as formas de opressão, incluindo as que se geram em nossos movimentos e em nós mesmas. Radicalidade que assume como perspectiva central a autonomia política, ideológica e financeira. Não aceitamos que as financiadoras nos ditem o que temos que fazer ou dizer, também não permitimos que os governos e os estados controlem nossos corpos e nossa política.

Tratamos de construir solidariedades e cumplicidades entre mulheres, no Sul, no Norte ou entre Sul-Sul, Norte-Norte porque se bem entendemos que existem desigualdades estruturais de raça, classe, regiões, entre mulheres, aspiramos a que essas desigualdades desapareçam, pois se faz necessário unir os sonhos mais além das fronteiras que nos impõe o patriarcado. O feminismo sempre foi internacionalista e hoje, frente a esse mundo globalizado tem ainda mais razão para seguir sendo.

A construção coletiva é nossa aposta principal, e tratamos de dar conteúdo em nossas vidas cotidianas, com nossos afetos mais próximos, nossas famílias de origem, nossos grupos de ação políticas, nas comunidades onde vivemos. Isso significa desde assumir o compartilhamento das tarefas domésticas, ao invés de explorar o trabalho de outras mulheres, até gerar solidariedades e cumplicidades políticas, materiais e humanas. Esse continum lésbico de que falava Adrianne Rich continua sendo válido para a construção do movimento, continum que acredita na solidariedade entre todas as mulheres que lutam contra o patriarcado, mesmo sem ser lésbicas.

Ser lésbicas feministas radicais e autônomas é poder ter a capacidade e a valentia de não aceitar migalhas ou pedacinhos do pastel com a mesma receita patriarcal. É descer desse trem e ir muitas vezes a pé, pela calçada, pelas margens, apostando numa criatividade fora do convencional, com arte, teoria, com amor pelas mulheres, questionando o matrimonio, a família nuclear, o casal tradicional como únicas formas possíveis de amor, prazer e sobrevivência.

Nada disso é fácil. Vivemos plenas de contradições, temos limites, nos quebramos emocional e materialmente… A única coisa que nos permite sobreviver é porque acreditamos que é preciso mudar esse mundo, mudá-lo no fundo e na forma, porque estamos convencidas de que se sonhamos é porque isso pode acontecer.

Para mudá-lo entendemos que, mesmo que hoje seja necessário articular as lutas com outros movimentos, grupos, individuais e indivíduos, esta articulação não pode ser feita sem fundamentos políticos. Acreditamos na autonomia dos movimentos sociais e políticos porque as histórias e experiências particulares e específicas são as que demarcam as posições.

O feminismo como visão de mundo, como pensamento e prática política, como proposta de novas formas de vida é uma teoria política e uma ideologia mas, além disso e talvez muito mais importante, o feminismo é um movimento político. Como movimento político se assenta numa delimitação estratégica que dá sua especificidade, sua unidade, que permite a construção de um projeto político comum que o fundamenta e torna possível sua existência. Mulheres é uma categoria política que nos articula, com histórias e séculos de subordinação e de propostas. Não é identidade auto-definida, é uma construção social que devemos descontruir ao mesmo tempo em que nos serve para a política enquanto o patriarcado não for eliminado.

Nesse tempos em que palavra identidade ressoa suspeitosamente em nossos ouvidos, devemos questioná-la e ao mesmo tempo relativizar sua crítica e dar-nos conta de que qualquer grupo político, para ser definido como tal, deve delimitar o seu campo de ação, estabelecer linhas divisórias que definam seu próprio sujeito, que o demarquem. Isso é necessário para a política, para qualquer política. A proposta de avançar até uma solidariedade sem fundamento não deveria confundir-nos, não deveria ser tomada ilusoriamente, não deveria fazer-nos esquecer o paradoxo de que aquilo que faz a possibilidade da política é a demarcação de uma voz, de um corpo, de uma história de opressão compartilhada, mas sobretudo de um projeto político, que contém as especificidades porque é o que permite o surgimento de um discurso, de uma prática e de uma aposta.

Para que as mulheres nos constituamos como sujeitos políticos com corpos históricos, partimos de uma história de subordinação e de exploração que difere em grande medida de outros grupos humanos. É a partir daí que defendemos a autonomia.

É por isso que frente às acusações de fundamentalistas, anti-democráticas quando defendemos os espaços de lésbicas e de nos mulheres respondemos:

Enquanto o patriarcado com suas opressões continuar cobrando vidas de mulheres, enquanto nos negue a possibilidade de levantar nossas vozes, enquanto nossos corpos seguem sendo estereotipados, utilizados, violados, racializados; enquanto se assuma a heteronormatividade como “o” modelo de relações erótico-amorosas-sexuais, enquanto se siga explorando sexual e econômicamente as mulheres, enquanto lhes seja pago um menor salário por igual trabalho que os homens… (e os etcéteras podem ser muito longos); nós, a partir de uma posição radical seguiremos defendendo os espaços políticos autônomos mesmo que abertos à articulação com outros movimentos sociais e sócio-sexuais.

Estamos dispostas a debater, coordenar e articular com os e as trans, assim como com outros grupos políticos, mas desde seus próprios espaços, assim como nós construímos o nosso.

Voltando ao tema central : a opressão e a exploração das mulheres e o desmoronamento deste mundo, a miséria e a violência crescente que nos esmaga, para este X encontro convidamos a retomar a ética feminista que questiona a fundo todas as opressões, que abre novas possibilidades humanas fora de toda lógica patriarcal e neoliberal, que constrói revoluções pessoais e coletivas com a solidariedade e com o apoio mútuo, desde a autogestão e a criatividade, que permita a nosso movimento andar com seus próprios pés, não no trem das Conferências Mundiais da ONU e seus processos pre e post preparatórios, que instalou a tecnocracia de gênero e busca cooptar nossos discursos e nossas práticas, mas uma ética desde o movimento social, somando energias, vozes e corpos.

Convidamos a retomar uma ética feminista que nos leve a solidarizar com outras lutas como a dos povos indígenas, afro-descendentes, gays, travestis, transexuais, pessoas com outras capacidades, meninas e meninos ... respeitando seus próprios processos políticos.

Temos que inventar, imaginar, porque aquilo que aspiramos não é um modelo, mas essa é também nossa vantagem, pois nos faz sair de toda lógica patriarcal. Temos que subverter, desobedecer, porque “só a desobediência nos fará livres”. Para que siga existindo flores, borboletas e passarinhos. Para que as mulheres comam e saciem sua fome. Para que o amor possa viver e florescer. Para que as crianças possam crescer, aprender música, sonhar. Para que as avós terminem suas vidas com dignidade e compartilhando sua sabedoria, em vez de mendigar nas ruas. Para que não haja mais mulheres assassinadas, violadas, espancadas, enganadas, forçadas a vender seu corpo nas esquinas da morte ou em bares nauseabundos. Para que não existam mais mulheres indígenas violadas pelos soldados, para que não haja mais trabalhadoras domésticas negras deixando suas filhas sem comer de manhã. É preciso fazer a revolução feminista, aquela que toca as bases materiais e simbólicas, aquela que nos fará dançar porque já seremos livres.

viernes, 7 de noviembre de 2008

todas com Malagueta


Olá gente! Como vão, tudo certinho?
Queremos convidar todas e todos para o lançamento do livro As guardiãs da magia, da escritora carioca Lúcia Facco, neste sábado, 8 de novembro.


Este é o primeiro título da Editora - lésbica -Malagueta http://www.editoramalagueta.com.br/editora/.

A autora estará em Porto Alegre para a sessão de autógrafos na Feira do Livro, no dia 8 de novembro, a partir das 14h30 no Pavilhão dos Autógrafos na praça da Alfândega.

Em seguida, as 16 horas, vai promover um bate-papo com as leitoras no Porto Beer Bar Café, rua da República, 38, Cidade Baixa. A conversa sobre literatura lésbica também contará com a apresentação da cantora Blanca Queiroga.


Lançamento de livro

As guardiãs da magia, de Lúcia Facco
Sábado, dia 8 de novembro de 2008
- 14h30: sessão de autógrafos no Pavilhão de Autógrafos da 54a Feira do Livro de Porto Alegre, praça da Alfândega
- 16h: bate-papo da autora sobre literatura lésbica no Porto Beer Bar Café, rua da República, 38 Cidade Baixa

sábado, 25 de octubre de 2008

de Porto Alegre a Buenos Aires

Encuentro internacional : “Proletarixs del mundo, uníxs”


“Feminismo y construcción del socialismo: la radicalidad del movimiento de mujeres del MST”

mesa 28 - sábado 1º de nov. 11:00 a 13:00 hs.

Facultad de Filosofía y Letras, Puan 480 – ciudad autónoma de Buenos Aires

- Clarisse Castilhos : La construcción cotidiana del socialismo: el movimiento de mujeres MST.

- Maria do Carmo Karam – Movimento de trabalhadorxs rurais Sem Terra e com terra

- marian pessah – audiovisual sobre el MST



http://jornadainternacional.wordpress.com/ponencias-papers/

viernes, 24 de octubre de 2008

próxima reunião dia 29 de outubro

Olá amigas!
Queremos compartilhar com vocês que a nossa primeira reunião rebelde de quarta-feira foi ótima! Ficamos bem contentes e começamos com a benção das deusas, éramos 7 bruxas presentes - numero kabalístico - uma linda forma de começar este novo caminho.

Se por alguma razão não conseguiste vir, ainda há tempo de acompanhar as discussões. É só ler o texto, imprimir e trazer junto na próxima quarta-feira que vamos continuar conversando sobre Ialodês e Feminista.

Lembra que as reuniões que estamos começando a construir são um espaço de dissidência ao sistema hegemônico. Nós queremos gerar nossos próprios referenciais, definir nossos interesses e prioridades, vamos questionar muitas coisas que absorvemos e reproduzimos nesta sociedade patriarcal, heterossexista, racista. Não queremos ser continuistas deste sistema, é por isto que este é um espaço para nós, sem disputas de poder, é um espaço de formação.

Te esperamos na quarta-feira 29 de outubro, 19.00 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

marian pessah e clarisse castilhos

viernes, 17 de octubre de 2008

reunião dia 22 de outubro 19.00 hs.


MULHERES REBELDES
nos reVelamos ante o mundo com as nossas reBeldias quotidianas


Esta quarta-feira 22 começamos com o “espaço próprio”, um lugar no qual o debate, a construção de idéias, as reflexões, sejam nosso oxigênio. Um ecosistema onde não existam normas heterossexuais, brancas, nem burguesas/capitalistas. Já pensaste estar num lugar sem hierarquias, vamos tentar construir juntas?

Começaremos lendo um texto para lá de interessante: De Ialodês e Feministas da carioca Jurema Werneck. Vamos nos questionar sobre o início do movimento, precisamos da Europa, da colonização, para sermos feministas? O feminismo tem cor? Tem classes? Jurema vai nos convidar a pensar muitos pontos sumamente relevantes.

Porque começaremos com um texto feminista se somos lésbicas? Primeiramente porque não acreditamos em causas únicas, isoladas do mundo. Segundo porque consideramos que ser lésbicas é muito diferente a ser gay numa sociedade opressivamente patriarcal. Entender essa diferença é vital para todo tipo de atuação seja nos movimentos sociais, seja na vida. Analisar o mundo a partir de um marco feminista nos permitirá entender muito as relações de poder e nos ajudará na luta cotidiana, também para quem atua em grupos LGBT ou qualquer outro movimento misto de forma a não reproduzir os códigos estabelecidos pela cultura heterossexual.

Te esperamos na quarta-feira 22 de outubro as 19.00 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja.